sexta-feira, 29 de março de 2013

Trabalhando o Teatro com os Alunos



Um dos principais objetivos do teatro na Educação Infantil, é que ele possa ser espontâneo. Nada de textos decorados e repetidos. O aluno é que deve criar suas falas, usando a imaginação. 

O primeiro momento é livre, onde eles exploram roupas e acessórios para compor os figurinos. Essa parte dura em média 15 minutos. Conforme eles definem o que usarão, sentam-se, aguardando os colegas. 
Quando a maioria está pronta ou o tempo está se esgotando, é lembrado aos demais para concluírem essa etapa. O que sobrou é guardado e, de acordo com o combinado, não se pode pegar mais nada. Isso evita troca de roupas durante o jogo, interrompendo o grupo.
Cada criança conta para os colegas e para a professora “quem é”: nome do seu personagem, o que gosta de fazer e tudo o mais que achar importante. Observa-se que as crianças menores criam os personagens enquanto as maiores criam toda uma situação envolvendo o personagem e as relações que mantêm com os outros, combinadas anteriormente, como a menina de cinco anos que ao responder quem era, disse: “Eu sou a borboletinha que fica atrás da Branca de Neve, da fada, de todas as meninas. Eu cuido da Branca de Neve.” 
Após todos se pronunciarem, conto uma história em que aparecem os personagens citados, em diferentes situações, enquanto as crianças dramatizam. Tudo pode ser tema para a história: desenhos feitos pelas crianças, lendas brasileiras, situações vividas na escola ou relatadas pelo grupo. 
Em vários momentos elas próprias dão sugestões sobre o que querem fazer. As falas surgem espontaneamente, sendo, em alguns momentos, estimuladas com frases como: “Conte para eles o que aconteceu”; “O que está escrito no mapa?”; “Convide o seu amigo para ir ao castelo com você”; “Diga a todos o que tem para o jantar”. 
Ninguém é obrigado a fazer ou falar nada que não queira, podendo a criança participar, sem necessidade de diálogo. O professor deve aceitar as sugestões dadas pelas crianças. 
Ao perceber que a história caminha pela iniciativa dos próprios alunos, o professor pode parar de contar e deixar que as coisas se arranjem por si só.
Como não existe público, a formação dos grupos varia, dependendo no número de alunos e dos interesses deles, podendo todos se envolverem na resolução de um problema ou se dividirem naturalmente, cada um com seu interesse específico. Nessa idade nem todos aceitam se submeter à ideia dos colegas, querendo que as suas prevaleçam. Numa situação assim o professor pode deixá-los se dividirem naturalmente e, mais tarde, sugerir momentos em que todos possam estar novamente juntos, criando situações de integração dos sub-grupos. 
É comum que as crianças nessa faixa etária comecem como um personagem e de repente se transformem em outro, quando isso ocorre, eles costumam avisar. Outro ponto notado é que eles combinam entre si o que vai acontecer ou as mudanças ocorridas. Como foi observado um menino de cinco anos avisando: “Eu sou o avô de vocês.” Enquanto seu colega de seis anos completava: “Avô, venha cá.”
A história pode seguir caminhos diferentes e é preciso flexibilidade e criatividade por parte do professor, já que o final vai sendo construído à medida em que ela se desenrola. 
A aula deve finalizar de forma calma, de modo que todos voltem a se organizar e a se concentrar para a avaliação. Caso o grupo queira envolver o professor na brincadeira, vale a pena participar, tomando cuidado para não cortar a espontaneidade e nem se apropriar de uma brincadeira que é deles. 

Fonte:
http://criandartes.blogspot.com.br


O Teatro na Escola tem uma importância fundamental na educação. Ele permite ao aluno uma enorme "gama" de aprendizados, podem ser citados como exemplos a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o vocabulário e muitos outros.
Através do teatro, o professor pode perceber traços da personalidade do aluno , seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa situação permite ao educador, um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico.


DICA:

Como trabalhar as técnicas de improviso no teatro com "A Viagem do Capitão Tornado"

Introdução
comedia dell’arte pede passagem e convida a entrar na trupe da Colombina, do Arlequim e do Palhaço! “No filme A Viagem do Capitão Tornado, a gente se agrega à companhia e vai junto com os personagens”, diz Eric Nowinski, professor de teatro do Colégio Oswald de Andrade, em São Paulo. A obra é uma verdadeira imersão no teatro de improviso, tão popular na Europa entre os séculos 15 e 17. Com apenas um roteiro simples para orientar a encenação, os personagens - fixos e identificados por máscaras - entram em cena para improvisar. “Estudar esse tema ajuda o aluno a saber decompor os elementos propostos na ação teatral.”
Objetivos
Conhecer a comedia dell’arte e trabalhar numa perspectiva histórica um dos principais gêneros do teatro.

Conteúdos
Técnicas de improvisação e história do teatro.

Trechos selecionados
Cenas em que os atores da trupe estão representando, para mostrar como eles lidavam com os imprevistos (cena 1 - 26m40s a 30m18s; cena 2 - 1h1m28s a 1h8m56s).

Atividade
Inicie a aula com uma contextualização histórica sobre o gênero comedia dell’arte e como ele está inserido na trajetória do teatro. É possível envolver o professor de História e contextualizar o período em que essa arte se desenvolve, no caso o Renascimento. Explique como esse gênero de alguma maneira repercute nos jogos de improvisação, populares na TV hoje. Em seguida, exiba as cenas selecionadas, divida a classe em grupos e proponha uma improvisação em cima do canovaccio - roteiro de improvisação que a comedia dell’arte seguia, com personagens pré-definidos, como a Colombina, o Arlequim e o Palhaço.

Avaliação
Discuta com a turma os resultados da improvisação de cada grupo, identificando pontos que podem ser melhorados com a prática.
Professor Eric Nowinski
professor de teatro do Colégio Oswald de Andrade, em São Paulo

Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/como-trabalhar-tecnicas-improviso-teatro-viagem-capitao-tornado-639805.shtml


"O objeto de conhecimento é a própria arte, suas várias linguagens e signos. O indivíduo chega à produção artística através de um processo (sentir, pensar, construir, expressar) no qual as experiências anteriores acumuladas pelo sujeito articulam o antigo e o novo, dando-se aí uma aprendizagem significativa na qual o professor, os colegas e o meio desempenham um papel de mediação cultural e de intervenção em área de desenvolvimento potencial do aluno". (Vygotsky, 1984)


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