De quatro em quatro anos o mundo se volta para um país que, durante um mês, passa a ser o centro das atenções e dos corações fervorosos de qualquer torcida. Agora, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo desembarca no continente africano e em uma nação que conta com a alegria única de seu povo. A África do Sul se prepara para viver momentos de glória e superação em um mundial que promete ser inesquecível.
Pensando nisso, criamos um "manual" histórico para você ficar antenada e saber tudo sobre esse país. Fique de olho e prepare-se para uma emocionante viagem no tempo.
Descobrimento
Em busca de riquezas e de uma nova rota marítima para a Índia, o português Bartolomeu Dias descobriu a África do Sul em 1488. Ele aportou na Ilha Robben (ao largo da atual Cidade do Cabo) e foi ali que durante anos holandeses, portugueses e ingleses reabasteceram suas embarcações. Os povos africanos que habitavam essa região passaram a ser submetidos as práticas agressivas dos "invasores" e, em 1591, um grupo denominado Khoikhoi atacou a ilha. Os europeus armados venceram fácil os guerreiros locais, e estes foram feitos prisioneiros.
Colonização
A primeira colonização ocorreu em 1652. Foi com o objetivo de fortificar a região que reabastecia as tropas europeias que Jan Vab Riebeeck fundou a Cidade do Cabo. Em 1795 a África do Sul viveu uma segunda colonização. Os ingleses ocuparam a cidade durante a Guerra Anglo-Holandesa e ela tornou-se, então, capital da Colonia Britânica do Cabo. Depois da abolição da escravatura, em 1835, os colonos passaram a explorar o interior do território africano.
Ouro, diamantes e guerras
Ao descobrirem ouro e diamantes os colonos começaram a enriquecer e, com isso, o parlamento britânico se enfureceu. A guerra estava instaurada: de um lado os Boers (colonos de origem holandesa, francesa e alemã) e de outro britânicos. Em 30 de maio de 1902, os Boeres, a fim de não serem dizimados, selaram a paz com os britânicos através do Tratado de Vereeniging. Com isso, o governo britânico passou a ser soberano e decidiu-se, então, que os negros não teriam direito a voto (exceto na Colônia do Cabo).
Apartheid
O sistema colonial era essencialmente racista e foi a partir daí que o Apartheid começou a dar seus primeiros sinais. Leis que não permitiam negros na igreja, que impediam que os mesmos não pudessem quebrar um contrato de trabalho foram implantados dando início ao regime discriminatório.
A Lei da Terra, implantada em 1913, foi a mais marcante: ela dividia a África do Sul em áreas que não poderiam ser frequentadas pelos negros. Com o regime cada vez mais rigoroso, os "casamentos mistos" passaram ser proibidos. Os negros só poderiam viver na cidades se fossem empregados e deveriam portar um passe e não poderiam entrar em determinadas lojas.
Representante contra o regime
Neste cenário tomado por desigualdades, surgem diversos ativistas negros lutando por suas causas. Nelson Mandela foi o que ganhou maior notoriedade no cenário internacional. Em 1962 ele foi por incentivar a luta contra o regime. O governo tento negociar sua liberdade e, diante de negativas por parte de Mandela, fracassou. No total, foram 27 anos na prisão e o ativista só foi liberado devido a uma forte comoção mundial a favor de sua liberdade.
TESTE: O que você sabe da história das Copas
Em 1993, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu esforço para acabar com a segregação racial. Um ano depois, o líder foi eleito presidente da África do Sul através das primeiras eleições multirraciais do país. Em seu governo, negros e brancos passaram a trabalhar juntos sem qualquer distinção. Pela primeira vez na história do país se via uma ação como essa.
Copa e esperança
Atualmente, a população sulafricana é formada por 80% de negros. Mesmo após anos de luta e do governo de Mandela, o preconceito ainda é muito forte. Negros estudam nas mesmas escolas e universidades que os brancos, mas relatam dificuldades em fazer amizades ou se envolver com alguém. O regime do Apartheid foi abolido, mas deixou uma barreira invisível que ainda convive no país. Muitos acreditam que não existe de fato um esforço do governo para que esta situação se resolva, para que as pessoas se misturem.
Ataques xenófobas ainda são comuns e estão diretamente ligados a má distribuição de recursos entre negros e brancos. Os problemas ainda persistem, mas a verdade é que a partir do dia 11 de junho, na África do Sul, todos os povos, cores e culturas estarão pela primeira vez lutando e torcendo por um mesmo ideal. Realizar a Copa com sucesso é uma esperança para que, embora o país seja assolado por problemas sociais, o fim do preconceito esteja próximo.
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